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O Conhecimento Experimental » Joel Beeke



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A DOUTRINA DA ELEIÇÃO — O CONHECIMENTO EXPERIMENTAL

Os Reformadores e Puritanos amavam pregar em João 17:3, “E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste”. Eles compreenderam que a palavra “conheçam”, como está usada neste contexto, significa um tipo íntimo de conhecimento que envolve um relacionamento profundo e duradouro com Deus, em Cristo Jesus. Eles chamavam isto de um “conhecimento experimental”. Hoje em dia, nós chamamos comumente de “conhecimento experiencial”.

O termo “experimental” vem do Latim “experimentum”, que significa “experimento”. É derivado do verbo “experior”, que significa “testar, provar, ou colocar em prova”. Este verbo também pode significar “encontrar ou conhecer por experiência”, portanto conduzindo à palavra “experientia”, que significa “conhecimento adquirido por experimento”. João Calvino usou as palavras “experiencial” e “experimental” de maneira intercambiável, uma vez que ambas indicam a necessidade de medir um conhecimento experimentado à partir do critério da Escritura. O conhecimento experiencial aborda o importante assunto de como um Cristão experimenta a verdade da doutrina bíblica em sua vida.

A pregação experiencial busca explicar, em termos da verdade bíblica, como as coisas deveriam ser, como elas são, e o objetivo final da vida Cristã – comunhão eterna com Deus, na glória (Apocalipse 21-22). Ela tem o objetivo de aplicar a verdade divina a toda a variedade de experiência pessoal dos crentes, incluindo o seu relacionamento com a sua família, a igreja, e o mundo ao redor dele. Com a bênção do Espírito, a missão desta pregação é transformadora, pois ela reflete precisamente a experiência de vida do filho de Deus (cf. Romanos 5:1-11), explica claramente as marcas e frutos da graça salvífica necessárias para um crente (Mateus 5:3-12; Gálatas 5:22-23), e apresenta o futuro eterno ao crente e ao descrente (Apocalipse 21:1-9).

A pregação e o conhecimento experienciais podem ser conhecidos através destas quatro marcas:

1. CENTRADAS NA PALAVRA

Eles são centradas na Palavra e em Cristo (Cristocêntricas). Isto significa que eles fluem da passagem bíblica como se estivessem expostas de acordo com bons e sólidos princípios exegéticos e hermenêuticos, assim como para promover a verdadeira convicção de pecados e o verdadeiro crescimento (João 16:7-8; Romanos 10:14; 1 Pedro 2:2). O grande tema e a fronteira da pregação experiencial é Jesus Cristo, pois Ele é o foco, o prisma e o objetivo supremo da revelação de Deus (1 Coríntios 2:2). A pregação precisa exaltar a Cristo através do despertar, da justificação, da santificação, e do conforto a pecadores (Isaías 61:2; 1 Coríntios 1:30; Efésios 5:14).

2. APLICÁVEIS

Eles são aplicáveis. A pregação aplicada é o processo de fascinar tão poderosamente a verdade nas pessoas, que elas não podem senão perceber que precisam mudar, e como elas podem receber poder para isto acontecer. Ela aplica o texto a cada aspecto da vida do ouvinte, promovendo, pela graça do Espírito, uma religião que é constituída de poder, e não apenas de forma (2 Timóteo 3:5). Robert Burns define tal conhecimento como “Cristianismo trazido para os negócios e o coração do homem”. Ele continua dizendo que o princípio no qual isto se apoia é que “O Cristianismo não deve apenas ser conhecido, e compreendido, e crido, mas também sentido, e desfrutado, e aplicado na prática”.

3. DISTINTIVOS

Eles são distintivos. Eles definem claramente a diferença entre um Cristão e um não-Cristão, abrindo o reino dos céus através do oferecimento do perdão dos pecados e a vida eterna para todos aqueles que abraçam a Cristo como Salvador e Senhor, através da fé verdadeira, e fechando o reino dos céus através da proclamação da ira de Deus e da Sua condenação eterna sobre aqueles que são impenitentes e descrentes. Se o nosso conhecimento de Deus não for experiencial, nós iremos perecer – não porque a experiência, propriamente dita, salva, mas porque o Cristo que salva pecadores precisa ser experimentado pessoalmente, como o fundamento sobre o qual a casa da nossa esperança eterna é colocada (Mateus 7:22-27; 1 Coríntios 1:30).

4. REALÍSTICOS E IDEALÍSTICOS

Eles são tanto realísticos quanto idealísticos. Eles são realísticos pois explicam como as coisas realmente são na vida do povo de Deus (e.g. Romanos 7:14-25), e são idealísticos pois explicam como as coisas deveriam ser em suas vidas (e.g. Romanos 8). Ambos são essenciais. Dizer como as coisas são sem indicar como elas deveriam ser traz uma calmaria para o crente, que para de avançar em crescimento na graça e no conhecimento de Cristo (2 Pedro 3:18). Por outro lado, apenas transmitindo como as coisas deveriam ser, em oposição a como elas realmente são, desencoraja o crente de estar seguro que o Senhor tem trabalhado em seu coração.

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​Quadragésimo artigo da série "Grandes Doutrinas da Fé Cristã Reformada". Publicado com autorização

* The Reformation Heritage KJV Study Bible, Joel R. Beeke (editor geral), Reformation Heritage Books (RHB), Grand Rapids, Michigan, 2014, “List of In-Text Articles”. http://kjvstudybible.org

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