Introdução
Deve-se notar que o contexto no qual este debate ocorre é o da Igreja Presbiteriana Americana (PCA) que teve sua origem na sua separação da Igreja Presbiteriana do Sul (PCUS) em 1973. A Igreja Presbiteriana Reformada, Sínodo Evangélico, um grupo que se separou da Igreja Presbiteriana do Norte (PCUSA) juntou-se à PCA, aceitando a posição doutrinária dela em 1982. O meu ponto de vista é que a postura histórica da Igreja Presbiteriana do Sul era a do Presbiterianismo da Antiga Escola, o que significa que ela mantinha a subscrição precisa ou completa. O assunto da subscrição não era nem um pouco debatido ou discutido por ocasião da fundação da PCA, apesar do mesmo estar claramente manifesto na obra do autor, How Is The Gold Become Dim (Como o Ouro se Torna Opaco), que foi um trabalho comissionado pelo comitê organizador original do movimento de Continuidade da Igreja Presbiteriana.
Deixe-me expressar minha apreciação pelo trabalho do Dr. Barker. Em particular, deixe-me agradecê-lo pelas citações históricas relacionadas a antigas atitudes Presbiterianas Americanas que ele reuniu, e especialmente algumas relacionadas à posição de Charles Hodge e B. B. Warfield. Elas irão, de acordo com meu propósito, estabelecer mais claramente os termos usados neste debate e indicar porque acredito que a posição histórica da Igreja Presbiteriana na América deve ser o ponto de vista de subscrição precisa ou completa do Presbiterianismo da Antiga Escola.
A questão da subscrição dos padrões doutrinários da Igreja talvez seja o problema doutrinário mais importante que a PCA enfrenta. Os Padrões Confessionais da Igreja constituem os laços de unidade que os irmãos possuem na igreja. Se não concordarmos nestas questões básicas, torna-se questionável se podemos trabalhar juntos em um corpo.
I. O Que é Subscrição?
Uma das formas mais significantes pelas quais nossos antepassados buscavam preservar a pureza e unidade da Igreja era através da subscrição à Confissão de Fé de Westminster e aos Catecismos, que assumimos em nossos votos na ordenação.
Ao assumir os votos, compromete-se à postura dos votos aos quais se subscreve. O primeiro voto da ordenação diz:
“Você crê que as Escrituras do Antigo e Novo Testamentos, originalmente dados, são a Palavra inerrante de Deus, a única regra infalível de fé e prática?”
Esta é a afirmação na qual os ordenandos creem. A Bíblia como a Palavra inerrante de Deus, e assim, a única regra infalível de fé e prática. Aqui não há espaço para qualquer subscrição vaga. Se alguém não crê que a Bíblia é a única regra de fé e prática, então não deve ser um oficial na igreja.
No segundo voto de ordenação da PCA o ordenando afirma sua fé ao que a Bíblia ensina. Ele envolve sua subscrição à Confissão de Fé de Westminster e Catecismos como contendo o sistema de doutrina que a Bíblia ensina, e, portanto, como a confissão de sua fé. Ele diz:
Você sinceramente recebe e adota a Confissão de Fé e os Catecismos desta Igreja, como contendo o sistema de doutrinas ensinadas nas Santas Escrituras; …” (BCO 21-5, 24-5)
II. Definição da Subscrição Precisa ou Completa
Ao considerarmos o segundo voto de ordenação, deixe-me definir o que os termos subscrição “precisa” e “vaga” significam. Primeiro, as duas palavras “precisa” e “vaga” não são os melhores termos para descrever os dois pontos de vista que temos. Esta terminologia remonta à controvérsia Antiga-Escola – Nova-Escola do século passado. Mas, ambos os termos tendem a ser pejorativos. Eles são caricaturas das facções que sustentam estes nomes. Ao invés de subscrição “precisa”, sugiro que usemos a designação “subscrição completa”. Para a expressão “subscrição vaga” usemos “subscrição sistema de teologia,” ou “subscrição sistema.” Dr. Barker concordou com estas designações.
A subscrição precisa ou completa aceita na íntegra o valor da segunda pergunta dos votos, “Você sinceramente recebe e adota a Confissão de Fé e os Catecismos desta Igreja, como contendo o sistema de doutrinas ensinado nas Escrituras Sagradas...” Note que o voto requer a adoção da Confissão e Catecismos, e não apenas o sistema de doutrinas. Ele afirma que o ordenando está subscrevendo nada mais nada menos que à totalidade da Confissão e Catecismos como contendo o sistema de doutrina ensinado nas Escrituras. Em outras palavras, é devido à Confissão e Catecismos conterem o sistema de doutrinas ensinado nas Escrituras que nós os adotamos.
Antes de seguirmos em frente, alistemos algumas coisas que a subscrição completa não significa e contrastemos com as afirmações positivas do que a subscrição completa significa:
1. Ela não insiste em que todos os ensinamentos da Confissão e Catecismos são de igual importância (exatamente como nem todos os ensinos da Bíblia são de igual importância). O subscrevente completo reconhece que algumas doutrinas são mais fundamentais que outras, de acordo com o exemplo bíblico. Mas, por outro lado, positivamente, o subscrevente completo acredita que, professando que a Confissão e os Catecismos desta Igreja são sua confissão, ele está subscrevendo a todas as doutrinas na Confissão e Catecismos, porque todas elas são parte do sistema de doutrinas. (Antes a igreja referia-se a isto como o sistema de doutrinas, que mais tarde foi condensado para o genérico singular, com o mesmo significado).
2. A subscrição completa não requer a adoção de toda palavra da Confissão e Catecismos, mas positivamente acredita que estamos adotando toda a doutrina ou ensino da Confissão e Catecismos.
3. Terceiro, a subscrição completa não é um reconhecimento dos Padrões subordinados ao mesmo nível da Bíblia. Frequentemente esta é a caricatura que é feita do subscrevente completo. Nunca conheci alguém que considerasse os Padrões de Westminster iguais à Bíblia. O subscrevente completo, contudo, afirma que a razão pela qual fazemos da Confissão e os Catecismos a confissão de nossa fé, é porque cremos que o que eles dizem é verdade bíblica. A igreja não tem o direito de pedir aos homens que subscrevam à Confissão e Catecismos a menos que creia que eles contêm as doutrinas da Escritura.
III. Definição de Subscrição Vaga ou Sistema
A subscrição sistema ou vaga, por outro lado, sustenta que subscrevemos um sistema de doutrinas que não é especificamente definido, mas está contido na Confissão e Catecismos da Igreja. Isto é similar à interpretação liberal de que a Bíblia não é a Palavra de Deus, mas apenas contém a Palavra de Deus. O subscrevente sistema sustenta que somente as doutrinas inclusas no sistema são ordenadas na subscrição. Doutrinas que não sejam parte do sistema não estão incluídas. A definição do que está incluído no sistema deve ser determinada pela liderança da igreja quando necessário, o que significa que o sistema não está estabelecido. Por exemplo, a Assembleia Geral da PCA em 1991 afirmou em uma de suas decisões judiciais que certas doutrinas eram partes essenciais do sistema de doutrina, e as exigiu de todos os oficiais na PCA. A Assembleia poderia facilmente ter declarado que estas doutrinas não eram partes essenciais do sistema. Assim deixa-se ao capricho de qualquer liderança particular da igreja decidir o que é e o que não é essencial para ordenação de oficiais na PCA. Isto foi exatamente o que ocorreu na PCUS, tornando-a mais e mais liberal. O resultado último desta perspectiva poderia ser o tipo de situação que ocorreu no Seminário Colúmbia antes de nos retirarmos. O falecido Dr. Norman E. Harper recontou a história de que quando perguntou a um de seus professores liberais se ele acreditava nas várias grandes doutrinas da fé, tais como, o nascimento virginal, a redenção vicária, a ressurreição corporal de Cristo, ao que o professor respondeu, “Não, mas creio no sistema de doutrina”.
Resumindo, o ponto de vista da subscrição completa crê que subscrevemos à Confissão e aos Catecismos porque eles contêm as doutrinas da Bíblia, enquanto o subscrevente sistema crê que subscrevemos apenas ao sistema de doutrina da Bíblia, o qual os Padrões Confessionais estabeleceram. Com relação a que doutrinas devem ser consideradas essenciais ao sistema, isto é determinado pela liderança da igreja como resultado de um procedimento judicial. Esta subscrição sistema é refletida no trabalho do Dr. Barker, quando ele afirma que Charles Hodge insistiu que o sistema de doutrina dos Documentos de Westminster era a Fé Reformada ou o sistema calvinista.
O problema com este ponto de vista é que ele afirma que o sistema de doutrina demonstrado nos Padrões é algo menor do que o completo ensino dos Padrões. A questão é se a Igreja acredita que a Confissão em seu todo contém o sistema de doutrinas ensinado na Bíblia, ou se somente uma parte da Confissão contém o que é ensinado na Bíblia.
IV. Ilustração das Diferenças
Deixe-me ilustrar o tipo de diferenças que estas visões fazem. O subscrevente completo crê ser comprometido com toda a posição doutrinária estabelecida na Confissão e Catecismos. Ele é então comprometido com o ponto de vista do casamento e do divórcio estabelecidos na Confissão. Se um membro desta igreja deseja se casar com uma pessoa da igreja católica romana, o subscrevente completo não teria liberdade de realizar tal casamento, ao contrário, advertiria o membro de sua igreja contra um casamento assim. O subscrevente sistema pode não considerar aquela parte do capítulo sobre casamento como uma parte do sistema, e pode sentir que teria perfeita liberdade para realizar tal casamento. O subscrevente completo considera o domingo como estabelecido nos Catecismos, enquanto o subscrevente sistema pode sentir que tem a liberdade de fazer várias coisas proibidas pelos Catecismos. O subscrevente completo vê o Princípio Regulador do Culto como o ensino das Escrituras, e, portanto, como a posição da Igreja Presbiteriana. Ele, portanto, quer ser capaz de apontar diretamente para as Escrituras em tudo que realiza no culto. O subscrevente sistema pode sentir que pode fazer qualquer coisa não proibida nas Escrituras, porque julga esta parte dos Documentos de Westminster como além do sistema de doutrina ao qual ele subscreveu. Destas ilustrações, vemos como nossa visão de subscrição tem efeito em nossa prática pública. O assunto da subscrição não é um debate acadêmico que ocorre no topo de uma “torre de marfim”, mas afeta não somente a forma como cremos, mas também a maneira como praticamos a fé que afirmamos em nossos votos de ordenação.
V. O Problema
O problema entre os subscreventes completos e os sistema é: qual destas duas visões é a apropriada. O segundo voto de ordenação demanda subscrição completa ou não? O professor John Murray, que era sempre muito preciso em seu uso da linguagem, é bem aguçado em seu comentário sobre a linguagem do voto:
Não é apenas o sistema de doutrina contido na Confissão que é adotado; a Confissão é adotada como contendo o sistema de doutrina ensinado na Escritura. Em outras palavras, os documentos compostos na Confissão são, eles mesmos, recebidos e adotados e é impossível suprimir a significância desta adoção—aquela expressão ou estabelecimento do sistema de doutrina é que é recebido. E é também de toda importância observar que não é declarado que o sistema de doutrina está contido na Confissão (apesar de ser verdade e estar implícito); ele é identificado como o sistema de doutrina contido nas Sagradas Escrituras.
Se for assim, então a igreja estabeleceu posições doutrinárias a respeito de todas as doutrinas abordadas pela Confissão e os Catecismos. Esta é a beleza e força da posição subscrição completa. Mas, a subscrição sistema deixa a questão do estabelecimento de qualquer posição doutrinária aberta, desde que é deixado para os tribunais da igreja declararem que doutrinas são essenciais para o sistema.
VI. Base Bíblica para Subscrição Completa
Tudo que fazemos como igreja deve estar fundamentado na Bíblia, e assim peço que você considere o que o apóstolo Paulo ensina sobre o assunto diante de nós num contexto em que ele procurava cumprir a grande comissão e guardar a igreja de todo erro. Em Atos 20 ele se dirigiu aos anciãos de Éfeso, aos quais não cria que veria novamente. Ele recontou seu próprio estilo de ministério, e então deu-lhes um encargo que ainda é aplicável a nós hoje. Encontra-se em Atos 20:20-28:
“Jamais deixando de anunciar cousa alguma proveitosa e de vo-la ensinar publicamente e também de casa em casa, testificando tanto a judeus como a gregos o arrependimento para com Deus e a fé em nosso Senhor Jesus [Cristo]. E, agora, constrangido em meu espírito, vou para Jerusalém, não sabendo o que ali me acontecerá, senão que o Espírito Santo, de cidade em cidade, me assegura que me esperam cadeias e tribulações. Porém em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o evangelho da graça de Deus. Agora, eu sei que todos vós, em cujo meio passei pregando o reino, não vereis mais o meu rosto. Portanto, eu vos protesto, no dia de hoje, que estou limpo do sangue de todos; porque jamais deixei de vos anunciar rodo o desígnio de Deus. Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes a Igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue”.
Observe que a preservação de todo o Evangelho e não apenas de parte era a inquietação do apóstolo Paulo, pois ele havia acabado de falar de seu cuidado pessoal e especial para ensinar-lhes o completo conselho de Deus.
Mais tarde, Paulo dirigiu-se a um ministro mais jovem, Timóteo, assim: “Mantém o padrão das sãs palavras que de mim ouviste com fé e com o amor que está em Cristo Jesus”. (2Tm 1:13), e novamente, “E o que de minha parte ouviste através de muitas testemunhas, isso mesmo transmite a homens fiéis e também idôneos para instruir a outros”. (2Tm 2:2). Geralmente concorda-se em que o “padrão das sãs palavras” era algum tipo de declaração confessional da igreja antiga seguindo o ensino do apóstolo Paulo. O apóstolo Paulo afirma que é nossa obrigação manter o padrão das sãs palavras que recebemos, como contendo o sistema de doutrina ensinado na Escritura, e assim transmitir a fé uma vez entregue a nós, às futuras gerações, para a propagação contínua do completo conselho de Deus.
Finalmente Paulo ensina que a razão que temos para preservar a ortodoxia da Igreja de Jesus deve originar-se de nosso amor por Ele. Jesus comprou a Igreja com Seu próprio sangue, fazendo a Igreja de Cristo a mais preciosa e a mais importante coisa na terra. Somente quando tivermos uma percepção real do preço que ele pagou, é que levaremos a sério a preservação do conselho completo de Deus, e a proteção de Sua Igreja de todo erro. Em outras palavras, se amamos Jesus como devemos, então devemos estar prontos e desejosos a fazer tudo que estiver em nosso poder para ensinar todo o conselho de Deus, e não apenas parte dele. Acredito que a subscrição completa e sincera aos nossos Padrões é um dos melhores meios de fazer isto, porque nos compromete com o completo conselho de Deus. Se amamos a Jesus, devemos fazer tudo que pudermos para preservar e ensinar o completo conselho à Igreja.
VII. A Lição da História
Somos um povo que constantemente nos orgulhamos de nossa compreensão da história, e com a ideia de que aprenderemos lições com a história, e não cometeremos os mesmos erros de nossos antepassados. A PCA procurou fazer isto na separação de sua igreja mãe, a PCUS. Estudamos a separação de 1936 no Norte, e ouvimos o apelo do Dr. Francis Schaeffer de não cometer os mesmos erros que foram cometidos naquela separação. Deixamos nossa Igreja Mãe com lágrimas e sofrimento, mas sem levantar o dedo em seu rosto. Nos dirigimos a ela com o apelo de que reformasse seus caminhos, e reconsideraríamos nossa partida. O Senhor parece ter abençoado isto, pois Ele tem feito nossos trabalhos prosperarem de muitas maneiras.
Se podemos aprender com a história recente não podemos olhar dois séculos atrás e aprender daquela história também? Está bem claro que durante o século XVIII a Igreja Presbiteriana Americana desejava a subscrição completa aos Padrões doutrinários. O Ato de Adoção de 1729, foi a adoção oficial da Confissão de Fé de Westminster e do Catecismo pela Igreja Presbiteriana Americana. Devido ao mal-entendido com respeito ao ato preliminar da manhã e o atual ato de adoção, a Igreja deu sua própria interpretação do que ele havia produzido em 1736 após o caso Hemphill, o qual havia levado alguns a questionarem quão rigorosamente a Igreja pretendia em seus requerimentos de subscrição.
O Ato de Adoção
“Todos os ministros deste Sínodo... concordaram unanimemente na solução daquelas dúvidas, e declarando a dita Confissão e Catecismos serem a confissão de sua fé, excetuando-se apenas algumas cláusulas no vigésimo e vigésimo terceiro capítulos, com respeito aos quais o sínodo unanimemente declara que eles não recebem aqueles artigos em qualquer sentido pois o mesmo supõe que o magistrado civil tem um poder controlador sobre os sínodos, com respeito ao exercício de sua autoridade ministerial, ou poder de perseguir qualquer um por causa de sua religião, ou em qualquer sentido contrário à sucessão protestante ao trono da Grã-Bretanha. O sínodo observando aquela unanimidade, paz, e unidade que apareceram em todas as suas consultas e determinações nos assuntos da Confissão, concordou unanimemente em dar graças a Deus em solene oração e louvor”.1
Seguindo o caso Hemphill, que envolveu um herege declarado, e que recebeu grande quantidade de atenção da imprensa pública, o sínodo sentiu necessário reformular seu compromisso aos Documentos de Westminster, e o fez em sua declaração de 1736.
A Declaração de 1736
“Que o sínodo declare que visto que entendemos que muitas pessoas de nossa opinião, os antigos e os novos, têm sido ofendidos com algumas expressões ou distinções no ato primeiro ou preliminar de nosso sínodo por adotar a Confissão de Westminster e os Catecismos, etc; que em ordem de remover as ditas ofensas e todos os ciúmes que têm sido causados ou possam vir a existir na mente de qualquer um dos nossos por ocasião das ditas distinções e expressões, o sínodo declara doravante que adotou e ainda é fiel à Confissão de Westminster, Catecismos, e Diretório, sem a mínima variação ou alteração, e sem qualquer consideração às ditas distinções. Além disso, declaramos que este foi nosso propósito e verdadeira intenção em nossa primeira adoção da dita Confissão, como pode particularmente parecer através de nosso ato adotado, que é como se segue (Aqui aparece o Ato de Adoção da sessão da tarde, sem o ato preliminar da manhã.) E nós esperamos e desejamos que esta nossa declaração e explanação sinodal possa satisfazer todo o nosso povo em nosso firme comprometimento à nossa mínima variação ou alteração, e que eles deixem todos os ciúmes que têm sido acolhidos por ocasião das expressões e declarações aludidas acima como sem fundamento. Esta proposta aprovou nemine contradicente”.2
Aqui temos uma declaração de intenção do sínodo adotada unanimemente em sua adoção dos Documentos de Westminster. Certamente é uma declaração de subscrição completa àqueles Documentos. Hodge, em sua Constitutional History of the Presbyterian Church (História Constitucional da Igreja Presbiteriana) deixa claro que a prática da igreja de 1729 a 1789 era de subscrição completa aos Documentos de Westminster, com exceção somente das seções que sugerem que o magistrado civil tenha autoridade sobre a Igreja. Após isto ser reescrito em 1789, a subscrição ficou sendo completa e total.
A subscrição vaga ou sistema não foi realmente advogada até o século XIX com a afluência da Nova Escola de Teologia na Igreja Presbiteriana através do Plano de União de 1801 com as Igrejas Congregacionais da Nova Inglaterra. Foi a posição da Nova Escola requerer que alguém subscrevesse somente ao sistema de doutrinas, e não à completa Confissão e Catecismos da Igreja.
A teologia da Nova Escola, que era baseada na subscrição vaga ou sistema foi um afastamento do Cristianismo Bíblico e da teologia Reformada. Em geral, o liberalismo neste país foi promovido nos seminários que eram associados à Nova Escola. O Seminário União de Nova York é um caso clássico. Em outras palavras, a frouxidão na doutrina permitida pela subscrição sistema abriu as portas para as invasões do liberalismo e descrença de tal maneira que levaram à divisão de 1936 com Machen no Norte, e de 1973 da PCA no Sul.
A teologia Nova Escola com sua subscrição sistema é também a fundação para o presbiterianismo evangélico dos dias de hoje. George Marsden é um bom exemplo da teologia da Nova Escola, sendo a fonte de um tipo liberal de presbiterianismo visto na Igreja Presbiteriana da Bíblia.
A união das igrejas da Antiga Escola do Norte com a Nova Escola com base na perspectiva de que ambas as interpretações são aceitáveis na igreja foi uma rendição da posição da subscrição completa ou precisa e a aceitação da subscrição vaga ou sistema.
Permitir a subscrição vaga ou sistema é abrir as portas para a deformação da Igreja. Os presbiterianos do sul não estavam errados em seu julgamento de seus irmãos do norte, quando disseram que uma união que permitisse ambas as visões era, de fato, o abandono da posição da Antiga Escola, que era baseada na subscrição completa ou estrita. Isto é visto no fato de que em 1890, apesar da vitória no caso Briggs no qual a PCUSA declarou que a inerrância bíblica era a posição ortodoxa, dentro de 30 anos aquela mesma igreja passou para a Afirmação de Auburn de 1923. Nesta afirmação os fundamentos básicos da fé foram condenados por 1193 ministros. Este foi o resultado último de permitir subscrição vaga ou sistema indefinido na igreja. Seguiu-se a perda de Princeton como um seminário da Antiga Escola e o estabelecimento do seminário de Westminster para continuar aquela tradição em 1929. Finalmente, houve a excomunhão do Dr. Machen, e a formação da Igreja Presbiteriana da América, mais tarde Igreja Presbiteriana Ortodoxa.
Isto pode ser visto no fato de que a Igreja Presbiteriana do Norte (PCUSA) em 1910 mudou-se para adotar a perspectiva da subscrição tipo sistema:
Esta Assembleia declarou cinco fundamentos como “Artigos essenciais e necessários de Fé”. A ação diz o seguinte:
[...] Portanto, esta Assembleia situada em Atlantic City, New Jersey, em 28 de maio de 1910, reafirma fidelidade aos padrões históricos da Igreja Presbiteriana nos Estados Unidos da América, como contendo o sistema de verdade ensinado nas Sagradas Escrituras:
I. Através de uma declaração com consideração à aprovação doutrinária. Deve ser notado que o ato de adoção de 1729 reconheceu o apego do candidato a “escrúpulos” sobre “artigos não essenciais e necessários na doutrina, culto, ou governo”, mas ao mesmo tempo o ato apela ao candidato que “declare suas posições ao presbitério ou sínodo”, e da mesma forma apela às instituições judiciais que decidam o que é essencial e necessário.
II. Portanto a Assembleia Geral faz também uma declaração com respeito a certos Artigos essenciais e necessários de Fé, a saber: [os cinco “fundamentais” são então fornecidos, seguidos por um parágrafo de comentário e as seguintes recomendações].
Resolveu, que, reafirmando o conselho do Ato de Adoção de 1729, todos os presbitérios dentro de nossos limites sempre cuidarão de não admitir nenhum candidato ao ministério ao exercício da sagrada função a menos que ele declare sua concordância de opinião com todos os artigos essenciais e necessários da Confissão.
O efeito desta decisão foi permitir, pela primeira vez, que candidatos e presbitérios levantassem dúvidas sobre algo e qualquer coisa nos documentos confessionais que não fossem os fundamentais. A Assembleia de 1923 reafirmou esta série de cinco “doutrinas essenciais” sem a qualificação de 1910. A Assembleia Geral de 1927 asseverou que os presbitérios deveriam decidir o que eram artigos essenciais e necessários. Até 1910 entendia-se que todos os artigos dos padrões confessionais definiam o sistema de doutrina. De 1910 para frente a Igreja do Norte reduziu essencialmente o sistema a cinco doutrinas fundamentais.
A PCA como igreja presbiteriana continuadora estava procurando retornar ao presbiterianismo da Antiga Escola da antiga igreja do sul, incluindo sua visão de subscrição completa.
A menos que a PCA se esforce por deter o aumento de uma subscrição de sistema indefinido dentro de suas fronteiras, o futuro de sua igreja como igreja ortodoxa bem pode também estar em questão.
1. Minutas do Sínodo da Igreja Presbiteriana na América, 1706-1788, p.104.
2. Minutas, p.141. Nemine contradicente (sem contradição)
Morton Howison Smith (11 de dezembro de 1923 — 12 de novembro de 2017) foi um ministro presbiteriano americano. Foi o primeiro secretário declarado da Igreja Presbiteriana na América, servindo de 1973 a 1988, e atuou como seu moderador em 2000.
Smith formou-se na University of Michigan, no Columbia Theological Seminary e na Free University of Amsterdam. Ele ensinou no Belhaven College e no Reformed Theological Seminary antes de se tornar secretário oficial da Assembleia Geral da Igreja Presbiteriana na América. Smith continuou a servir como Professor de Teologia Sistemática e Bíblica no Seminário Teológico Presbiteriano de Greenville em sua aposentadoria.
Em 2004, um Festschrift foi publicado em sua homenagem. Confessando nossa esperança: Ensaios que celebram a vida e o ministério de Morton H. Smith incluíram contribuições de J. Ligon Duncan III e George W. Knight III.
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