O QUE É O PROJETO OS PURITANOS
O Projeto Os Puritanos é um ministério sem fins lucrativos, nascido há mais de 25 anos, comprometido com as Escrituras Sagradas e com a exposição sistemática das verdades bíblicas conhecidas como a fé Reformada. O próprio nome "Os Puritanos" sinaliza claramente que nossa teologia tem sido e continua a ser conformada aos documentos teológicos conhecidos como a Confissão de Fé de Westminster e seus catecismos, em harmonia com os ricos tesouros dos credos e confissões da histórica tradição Reformada — as Três Formas de Unidade (Confissão Belga, Catecismo de Heidelberg e os Cânones de Dort).
Este ministério, em sua liderança e em sua estrutura organizacional, tem procurado ficar o mais próximo possível da igreja em sua confissão. Assim buscamos uma base sólida e estável, agregada a um sólido patrimônio doutrinário eclesiológico. Mas sabemos que a luta pela ecumenicidade doutrinária é tarefa da igreja e não de indivíduos ou organizações paraeclesiásticas.
Não somos uma igreja. Não fazemos o que a Igreja faz e não queremos suplantá-la em sua ação sobre a mente e a vida de todos os envolvidos neste trabalho. Em outras palavras, vemos como de fundamental importância ter autoconsciência e rigor para estabelecermos os devidos limites ao trabalho paraeclesiástico.
Existimos pura e exclusivamente para servir à igreja de forma doutrinariamente subordinada, sempre alertas para os perigos inerentes aos zelosos grupos paraeclesiásticos, especialmente quando estes se envolvem com trabalho de pregação e serviços afins (ensino).
Deus nos tem falado ao coração, aberto os nossos olhos para as necessidades da Sua Igreja que tem passado por dificuldades, desentendimento, indisciplina, falta de compromisso, orgulho, frieza, falta de arrependimento, carnalidade. Trememos ao ver as palavras de Cristo: “Conheço as tuas obras...” (Ap 3.5).
Temos sempre acusado os outros e não nos examinamos. Não avaliamos nossa vida à luz das Escrituras. Não choramos nossas faltas. Onde vamos chegar?
REFERÊNCIA DE VIDA
Vivemos entre extremos. Ou somos defensores do conhecimento doutrinário ortodoxo, intelectual (e poucos são), porém sem estar aliado à piedade, à prática Cristã, sem quebrantamento, sem humilhação (um evangelho que fica na cabeça e não desce ao coração), ou ficamos (como muitos) no extremo de deturpar grandemente a doutrina reformada, defensora da Soberania de Deus, a sã doutrina, a doutrina da graça de Deus, para aderir a um emocionalismo esquisito, sem fundamento bíblico, cheio de promessas de prosperidade e solução fácil para todos os problemas, onde a ênfase é no homem e não na glória de Deus. Estamos esquecidos do que os reformadores, iluminados pelo Espírito Santo, defendiam: SOLA SCRIPTURA, SOLA GRATIA, SOLA FIDE, SOLUS CHRISTUS, SOLI DEO GLORIA.
Diante disso, desse triste quadro, por vezes desanimador, sentimos que Deus nos tem mostrado um referencial que cremos ser uma luz de esperança.
EXEMPLO DA HISTÓRIA
A história nos mostra que Deus no passado sempre atuou na Igreja, a Sua Igreja, o “conjunto de predestinados para glória” (Rm 8.29,30), como dizia John Wycliff; Igreja a quem amou e por ela se entregou (Mt 1.21; Ef 5.25). Num determinado período da história, no século XVII, em meio à decadência moral e espiritual, homens de Deus, que amavam a pureza doutrinária (reformada), mas que viviam o evangelho da piedade, da humilhação, do quebrantamento profundo, buscando em primeiro lugar o Reino de Deus e a Sua justiça, clamaram por LITURGIA PURA, DOUTRINA PURA, GOVERNO PURO E VIDA PURA, tornando-se conhecidos como OS PURITANOS.
PURITANISMO, O QUE FOI?
O Puritanismo foi um movimento não organizado que envolvia cristãos zelosos, metódicos, idealistas, realistas, cultos, íntegros, com experiência espiritual profunda, práticos, formadores da verdadeira família cristã, cheios de ideais de renovação para a Igreja que envolvesse enriquecimento das verdades de Deus e ardor na devoção pessoal. Os Puritanos são um exemplo de equilíbrio na vida cristã: PIEDADE E ORTODOXIA.
NOSSAS RAÍZES
OS PURITANOS são nossas raízes espirituais, doutrinárias e eclesiásticas. Fizeram a Confissão de Fé de Westminster e seus Catecismos além de um Diretório de Culto e um Saltério; escreveram a mais extensa biblioteca Teológico-Sacra-Devocional do mundo protestante; lutaram pela liberdade de consciência e religião; forneceram fundamentos para as aspirações democráticas; foram chamados de Os Teólogos da Santificação. Romperam com a mera religiosidade e fizeram a maior tentativa que se tem conhecimento, no mundo de língua inglesa, de moldar suas vidas de acordo com a instrução bíblica. Com o PURITANISMO o povo viu admirado a grande espiritualização dos lares da Inglaterra. Foram, por fim, “GIGANTES ESPIRITUAIS, E NÓS, ANÕES. ERAM GRANDES ALMAS, SERVINDO A UM GRANDE DEUS”.
GRANDES TESTEMUNHOS
Charles Spurgeon (1834-1892), o Príncipe dos Pregadores, referindo-se ao valor dos Puritanos — por isso foi um dos ministros que teve riquíssima biblioteca puritana — afirmou: ”Os homens modernos seriam mais ricos se pelo menos comessem das migalhas que caem da mesa dos Puritanos”. Spurgeon tinha sempre à sua cabeceira os livros escritos por Richard Baxter (1615-1691), um dos maiores ministros puritanos do século XVII e estes livros em grande parte, foram instrumentos usados por Deus para a sua conversão.
O grande pregador inglês, George Whitefield (1714-1770), afirmou que foram os livros dos puritanos que o livraram de se tornar um asceta, místico ou legalista. A respeito dos Puritanos falou: “Ministros nunca escreveram ou pregaram tão bem quanto os que estão sob a cruz; O Espírito de Cristo e da glória, então, repousa sobre eles; foi isto, sem dúvida, que transformou os Puritanos em tão incandescentes luzes... de um modo especial escreveram e pregaram como homens que tinham autoridade. Mesmo já mortos, através do que escreveram, eles ainda falam; uma unção especial os abençoa”.
RELEVÂNCIA
Quando tomamos conhecimento do Puritanismo e sua relevância; quando nos deparamos com a literatura puritana, riquíssima e penetrante, sentimos o coração se encher de vigor e ansiedade para difundir o que consideramos necessário para o povo de Deus, hoje, no Brasil ― a fé Reformada. O Puritanismo nos fez olhar com fervor as antigas doutrinas da graça. Os Padrões de Westminster são documentos reformados que nos fazem olhar para as Escrituras como nossa única regra de fé e de prática; levam-nos a ver o objetivo de nossas vidas: “Glorificar a Deus e gozá-lo para sempre”.
ESTILO DE VIDA
O Puritanismo não foi uma denominação, mas um estilo de vida cristã, uma cosmovisão cristã, uma interpretação da fé que via toda a vida do cristão como sendo SANTIDADE AO SENHOR. Os Puritanos não viam nenhuma divisão entre o sagrado e o secular, que lutavam a todo custo para praticar a verdade da Palavra de Deus.
OBJETIVOS
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Divulgar as origens e raízes protestantes, nossa identidade;
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Apresentar um referencial de vida cristã autêntica;
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Propor um referencial de despertamento bíblico, equilibrado, mas sem apagar o Espírito Santo de Deus, Soberano;
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Resgatar a doutrina Reformada da Soberania de Deus, quando hoje a ênfase é no homem e não na glória de Deus, sem negligenciar a responsabilidade do homem;
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Divulgar uma literatura sã, reformada, selecionada, bíblica, crendo ser necessária para os nossos dias;
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Realizar Conferências/Simpósios Reformados, que nos despertem para um maior conhecimento teológico e prático das doutrinas Reformadas.
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Publicar literatura reformada que desperte o povo de Deus para a necessidade de uma grande reforma da Igreja em nossos dias.
ESCLARECIMENTO
Não temos nenhuma pretensão e longe de nós o propósito de estabelecer uma nova denominação, ou implantar em pleno século XXI, em solo brasileiro, os usos e costumes da Inglaterra do século XVII, nem exaltar e idolatrar os expoentes do Puritanismo (idolatria era o que eles mais detestavam). Pelo contrário, aprender com nossos antepassados que Deus é Soberano e que Sua Graça nos alcançou; que somos peregrinos numa jornada até o céu; jornada que passa pelo mundo e não uma fuga dele. Porém sempre numa atitude de não conformismo em relação a atual situação espiritual em que vive o nosso povo evangélico, o povo de Deus (Rm 12:2).
Não temos nenhum objetivo político que venha favorecer outros interesses que não sejam o de enfatizar a Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada, como única REGRA DE FÉ E PRÁTICA — ela é o nosso supremo referencial.
Sola Scriptura!
“Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis os vossos corpos por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12.1-2).